quarta-feira, dezembro 10, 2008
terça-feira, dezembro 09, 2008
Dois imanentismos
Para Alberto Caeiro
Diz um amigo que nada se compreende.
Tudo é como está.
Há que se beber o sol das colinas,
dançar abismos,
exaltar o existente.
Creio, porém, impossível
não pensar e ser gente.
O esvaziamento dos juízos é uma ilusão oriental
e, mesmo a idéia de não ser mais ou menos
que nenhuma cousa,
exige consenso
e identificação sentimental.
Nada se muda solipsisticamente.
No mais, é a alma dele que bebe o sol
e dança abismos.
São seus olhos que vêem as cousas como são
"intrinsecamente".
A diferença é que Caeiro é um conservador da matéria.
E eu sou um materialista ardente.
Pepe Bermudez, 1915.
(criação de Samira Feldman Marzochi, 09/12/2008).
Diz um amigo que nada se compreende.
Tudo é como está.
Há que se beber o sol das colinas,
dançar abismos,
exaltar o existente.
Creio, porém, impossível
não pensar e ser gente.
O esvaziamento dos juízos é uma ilusão oriental
e, mesmo a idéia de não ser mais ou menos
que nenhuma cousa,
exige consenso
e identificação sentimental.
Nada se muda solipsisticamente.
No mais, é a alma dele que bebe o sol
e dança abismos.
São seus olhos que vêem as cousas como são
"intrinsecamente".
A diferença é que Caeiro é um conservador da matéria.
E eu sou um materialista ardente.
Pepe Bermudez, 1915.
(criação de Samira Feldman Marzochi, 09/12/2008).


