quarta-feira, março 29, 2006














3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O que somos
se tudo é memória
e se o que provamos
é sempre reconstruído em ambientes
rigorosamente virtuais?
Temos uma vida ou temos várias?
O que nos afasta ou aproxima
uns dos outros
O que nos afina e faz feliz
encontros que de outro modo seriam improváveis?

Uma memória comum nos atravessa
e dentro dessa, várias se tocam e afastam
de modo mais ou menos tênue
mais ou menos forte
Somos todos escritores
personagens e autores simultaneamente
Escrevemos e somos lidos
sem que nenhum possa mais que outro
fora de uma febre coletiva
que chamamos vida

Eu também quero ter uma vida
Aquela dos modernistas embrenhados
na floresta
Aquela do intelectual soturno
caminhando entre neblinas
Aquela do pátio branco da mesquita
em que uma bola de criança
encontra um vaso

Quero estar no bairro que anoitece
na asa que se fecha
e experimentar lentamente a resistência
da carne de um peixe
Quero as vozes negras
sendo encobertas pela noite de Burma
Quero saber onde é Burma

Mas nunca, nunca
estar numa cadeira de escritório

sexta-feira, 31 março, 2006  
Anonymous Anônimo said...

num pode revelar o segredo de davi finkelman?...

quarta-feira, 19 abril, 2006  
Anonymous Anônimo said...

Depende, qual dos meus segredos?

quarta-feira, 19 abril, 2006  

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