TREM NOTURNO
Luisa Deane
Viajo na velocidade do trem negro
Minhas entranhas iluminadas só pelos sonhos
Meu coração amarrado só ao companheiro
Ao coração de ferro e fogo do trem noturno
Ah, meu amante de sangue, cigano de metal,
Que importa se não és humano
se humana é tua alma antiga,
meu cavaleiro de aço, meu príncipe ardente,
bala de fogo e meteoro onde viaja meu destino,
cativo do teu e solidário do teu,
companheiro voraz e louco e lacrimoso
Ah, meu cigano, que importa
se juntos acoplados cavalgamos a ânsia
e no âmago da noite e no pico do sol
e no miolo da alma dos homens plantamos
a semente subversiva e doce da aventura
Ah, companheiro, contigo penetro a sombra
e a bruma dos enigmas
e transpassando os ossos das cidades
decifro a luz
E guardo com desvelo entre as mãos
sua rósea pomba
a carne, o sangue e o medo pulsando entre meus dedos
pulsando entre meus dedos o signo do homem
e o signo do tempo
as garras do pássaro cravadas no meu peito
e as cicatrizes gotejando o leite do meu sonho
e da minha cinza
Ah, escravidão voraz a nossa, companheiro,
meu coração iluminado só pelos sonhos
meu coração amarrado aos trilhos do teu sangue
ao coração de ferro e fogo do trem noturno.
(Rio-São Paulo, agosto de 1980)
Viajo na velocidade do trem negro
Minhas entranhas iluminadas só pelos sonhos
Meu coração amarrado só ao companheiro
Ao coração de ferro e fogo do trem noturno
Ah, meu amante de sangue, cigano de metal,
Que importa se não és humano
se humana é tua alma antiga,
meu cavaleiro de aço, meu príncipe ardente,
bala de fogo e meteoro onde viaja meu destino,
cativo do teu e solidário do teu,
companheiro voraz e louco e lacrimoso
Ah, meu cigano, que importa
se juntos acoplados cavalgamos a ânsia
e no âmago da noite e no pico do sol
e no miolo da alma dos homens plantamos
a semente subversiva e doce da aventura
Ah, companheiro, contigo penetro a sombra
e a bruma dos enigmas
e transpassando os ossos das cidades
decifro a luz
E guardo com desvelo entre as mãos
sua rósea pomba
a carne, o sangue e o medo pulsando entre meus dedos
pulsando entre meus dedos o signo do homem
e o signo do tempo
as garras do pássaro cravadas no meu peito
e as cicatrizes gotejando o leite do meu sonho
e da minha cinza
Ah, escravidão voraz a nossa, companheiro,
meu coração iluminado só pelos sonhos
meu coração amarrado aos trilhos do teu sangue
ao coração de ferro e fogo do trem noturno.
(Rio-São Paulo, agosto de 1980)


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